segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Campanhas de Castração: Importância para as Comunidades e Municípios

A superpopulação de cães e gatos é um fato mundial e um problema para os municípios inertes e estáticos que continuam acreditando naquela velha proposta retirar da rua e matar. Portanto, existe uma reposição natural com um agravante, estes animais que agora ocupam o lugar daqueles que já foram capturados provavelmente não foram vacinados contra a Raiva. Em outras palavras, a Prefeitura está expondo a população ao vírus da Raiva.
Em 1973 a OMS (Organização Mundial da Saúde) preconizava capturar e matar os animais de rua como método eficaz para controlar a Raiva e a superpopulação de animais. Sem acompanhar as mudanças ocorridas na OMS e na OPAS, muitos Estados Brasileiros ainda praticam esta tão defasada ignorância contra os animais. Foi reconhecido que este tipo de ação não resolve e de fato é jogar dinheiro público no lixo, então por quê as instituições públicas ainda insistem em manter o sistema de captura e matança? Desde a edição de seu 8º informe Técnico de 1992, a OMS preconiza a educação da comunidade e o controle de natalidade de cães e gatos, anunciando que todo programa de combate à Raiva deve contemplar o controle da população canina e felina como elemento básico, ao lado da vigilância epidemiológica e da imunização (capitulo 9,pg 55, 8ºinforme OMS)
O México e o Equador (Guayaquil) chegaram a exterminar grande parte da sua população de cães em nome da Raiva, perto de 45% da população. Com isto conseguiram em pouco tempo dobrar o número de casos de Raiva e logicamente a população animal.
Precisamos envelhecer a população de animais mantendo-os saudáveis e sem se reproduzir. As práticas adotadas no Brasil cometem os erros de países como no  Equador e no México, retiramos um animal vacinado da rua e colocamos um animal desconhecido no lugar e que provavelmente  está sem vacina contra raiva, isto sim é perigoso.
Precisamos envelhecer a população de animais e vaciná-los anualmente contra a Raiva, é fato que, apenas após a terceira dose é que o animal estará totalmente imunizado aí, sim, funcionará como uma barreira sanitária contra a raiva. 
Para resolver estes problemas precisamos de dinâmica e soluções rápidas por parte dos administradores municipais: vacinação anti-rábica e vacina tríplice e a castração de 20% da população de animais anualmente (uma especial atenção para felinos onde o foco deve ser diferenciado), sem falar da necessidade de se realizar as campanhas dentro da comunidade até o último cão e gato serem castrados. Não devemos esquecer da parte educativa e da legislação sem falar da identificação permanente dos animais.
Cadelas e Gatas apresentam um curto tempo de gestação (60 dias). Para as cadelas a próxima gestação ocorrerá após seis meses. Já no caso das gatas, enquanto estas estão amamentando, possivelmente já estão aguardando novos filhotes. Estes filhotes podem atingir a maturidade sexual a partir de seis meses de idade.
As campanhas educativas servem para corrigir a falta de responsabilidade dos proprietários que mantém os seus animais de qualquer modo, sem noção de como educar um cão de guarda, sem castrar seus animais, mantendo os animais semi-domicilados o que desencadeia um crescimento populacional de cães e gatos, contribuindo para o aumento de animais abandonados, maus trato e diversos problemas de saúde pública.
A castração de gatos ferais merece uma atenção especial, são normalmente colônias vivendo próximas de habitações onde encontram lixo para se alimentar muitas vezes se alimentando também da fauna local. Estes gatos normalmente são negligenciados e abandonados à própria sorte. Nunca receberam vermífugos ou vacina.
A captura, castração, vacinação e posterior soltura devem ser muito bem planejadas executadas. A Veterinários Sem Fronteira realizou este trabalho durante 5 anos em condomínio fechado no litoral paulista onde estes animais eram abandonados após a conclusão de obras realizadas no condomínio. A partir daí, foi observada a redução gradual dos gatos ferais por mortes naturais e sua aproximação com o  homem após a castração.
Os municípios e comunidades em longo prazo vão se beneficiar com a redução na captura de animais, menor número de agressões, menos atropelamentos, recolhimento de taxas anuais dos proprietários detentores de animais. Por isto há a necessidade de se criar o cadastro e a identificação permanente dos pets. 





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